quarta-feira, 19 de outubro de 2011

do inevitável

As coisas são como são.
Como eram para ser, ou do avesso?;
que importa?
são como são.
por escolha consciente?
desejos invisíveis?
casualidade?
não sei.

O que é claro é que uma coisa leva à outra em ação-e-reação, em eterna repercussão de ondas, redes e desdobramentos que de repente culminam inevitavelmente no fato de cá estarmos, perdidos no deserto, nos amando nos espinhos dos cactus.
Seguindo cegamente num misto de prazer e dor que se confundem, regozijando-nos pela dor dos espinhos que atravessam a carne, arranham a pele, rasgam os tecidos e arrancam nossas roupas, dilatando nosso gozo inconsequente.
E é imaginando a doçura inebriante da voluptuosa imagem de nossos corpos entrelaçados que esquecemos que sobre eles residem cabeças embaraçadas. E sem pudores, fazemos amor com as pontas dos dedos...

Um comentário:

Anônimo disse...

escrita inebriante feita com as pontas dos dedos...