As coisas são como são.
Como eram para ser, ou do avesso?;
que importa?
são como são.
por escolha consciente?
desejos invisíveis?
casualidade?
não sei.
O que é claro é que uma coisa leva à outra em ação-e-reação, em eterna repercussão de ondas, redes e desdobramentos que de repente culminam inevitavelmente no fato de cá estarmos, perdidos no deserto, nos amando nos espinhos dos cactus.
Seguindo cegamente num misto de prazer e dor que se confundem, regozijando-nos pela dor dos espinhos que atravessam a carne, arranham a pele, rasgam os tecidos e arrancam nossas roupas, dilatando nosso gozo inconsequente.
E é imaginando a doçura inebriante da voluptuosa imagem de nossos corpos entrelaçados que esquecemos que sobre eles residem cabeças embaraçadas. E sem pudores, fazemos amor com as pontas dos dedos...
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
domingo, 16 de outubro de 2011
XI-
em álulas crescentes,
eminente alada sou.
e entreluzir;
borboletinha.
infindável aprendiz
da luminescência de si.
contínuas-asas a brotar,
dolorosamente belas.
percebeis a fluência divina?,
rotação harmônica,
o mandalar do corpo
em sopro profundo.
da paz que se rompe
em salgadas águas
respingantes em doce lagoa.
em vôo - e passos constantes,
um eu que caminha,
pés firmes na terra;
outro, desliza no céu;
e assim compreender-me: mulher.
Assinar:
Postagens (Atom)