domingo, 8 de novembro de 2009

à vida, ao amor

há tempos venho tendo tentativas malsucedidas de colocar nesse blog algumas palavras sobre o amor, mas as sutilezas e as nuances do dia-a-dia tornam o amor confuso, misturado a todos os outros sentimentos da vida.
meu desejo é escrever sobre o amor mais puro, aquele que passa pelos poros, que acalma o coração, que eleva a alma.
é desse amor que venho tentando falar, esse amor que venho tentando viver em sua totalidade, aproveitando cada sutil variação de suas formas.

o amor que perdoa, que aceita, que procura transformação.
o amor imperfeito, que nunca se cansa de buscar perfeição.

a beleza de aprender a cada dia com a pessoa amada, de compreender o tempo e o espaço do outro, os medos e as virtudes.

inevitavelmente sinto-me agora piégas, mas como já diria o poeta, todas as cartas de amor são ridículas.
isso não é uma carta de amor, mas é.
uma carta de amor, ridícula com toda carta de amor deve ser.
uma carta ao amor, ao meu amor.
escrita àquele que me ensina como viver cada dia com amor, que me ensina tanto sobre a convivência, sobre o pensar e sobre o sentir.
àquele que me completa e me fez descobrir e entender o que é o verdadeiro amor.

um amor
pra vida
para o infinito.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

sonhos

útero dolorido, contorcido, ensanguentado, girando num rodamoinho, engolindo coração que grita, e se rompe, e escorre pelo rosto em lágrimas salgadas.

ah! um dia um sonho me disse que havia um país, que era chamado pelo nome de onde sai a bilis, e um outro país próximo, chamado pelo nome de onde sai o gozo.
entre eles havia um terceiro país, que os ligava, chamado vagina negra.

um dia, aos nove anos, escrevi um poema que dizia "o que é o amor se não uma dor?"
minha mãe disse que eu não sabia nada sobre o amor.
tinha razão.

ainda sou criança e brinco de escrever sobre o que não sei.
que nem nos sonhos, onde encontramos um carro quebrado no meio da rua e lá está o nosso maior inimigo. aí a gente tenta ajudar e ele não quer nossa ajuda, porque ele sabe que o odiamos.
e é aquele inimigo que a gente cria e que na verdade nem sabe que é nosso inimigo, nem imagina que se o víssemos pela frente, na vida real, poderíamos quebrar-lhe a cara.
na verdade muitas vezes esses inimigos nem sabem da nossa existência, mas a gente usa eles de válvula de escape; cospe na cara, xinga, odeia... nos sonhos.

eu não tenho inimigos de verdade.
só esses que inventei.

ai, mas que droga!



acho que estou despedaçada;